O Centro do Mundo - The Center of the World

 Português      English

"...when a man is tired of London, he is tired of life; for there is in London all that life can afford."
Samuel Johnson

Estar em Londres faz-me sentir no centro do mundo. Não me refiro ao centro geográfico, ao seu posicionamento no globo, mas falo do centro das gentes, das pessoas. Assim que ponho os pés nesta cidade consigo ver pessoas dos quatro cantos do universo. Há momentos que me sinto numa volta ao mundo sem fazer check-in em lugar algum, mas logo de seguida as características dos edifícios e das ruas trazem-me de volta a Londres.

Londres é um centro multicultural, uma miscigenação de etnias, culturas e costumes. É um entrecruzar de gentes de onde ressaltam as suas diferenças. Fisionomias de rosto, cores de pele, cabelos, modos de vestir e idiomas são características que definem esta diversidade. O inglês falado com diferentes entoações que ouvimos nas conversas nas ruas não consegue esconder a nacionalidade de quem o fala. A capital inglesa é uma das cidades mais etnicamente variadas do mundo. 44,9% dos seus habitantes são Britânicos, 37% nasceram fora do Reino Unido e 24,5% nasceram fora da Europa. Significa isto que um pouco de mais de metade da sua população provém de culturas exógenas. São faladas mais de 300 línguas. Para alguns isto representa um problema, para mim significa enriquecimento. Até porque deveria ser possível viver-se no mesmo espaço e respeitar as características e opções de cada indivíduo.

Além da diversidade dos seus habitantes nativos e adotivos, Londres é uma das cidades mais visitadas do mundo, e recebe diariamente uma grande quantidade de turistas. As ruas londrinas estão repletas de pessoas que cumprem as suas rotinas diárias. Outras há que se tentam orientar através de mapas ou gps, de modo a ver o que a cidade tem de melhor para oferecer (os monumentos, os museus, o comércio, os restaurantes...). Muitas são as que param para registar os momentos que estão a viver com os seus telemóveis ou máquinas fotográficas. Outras, como eu, abrandam para ver todo o movimento à sua volta.

É um dos prazeres que eu tenho nas viagens, observar as pessoas e imaginar as suas histórias, tentar compreender as suas envolvências. No meio deste fervilhar de gentes, eu sou apenas mais uma, entre muitas outras. Uma anónima, com as características próprias da minha história, no que acho ser o centro deste mundo.

Being in London makes me feel at the center of the world. I do not mean the geographic center, its position on the globe, but I speak of being at the center of all the people of the world. As soon as I set foot in this city I can see people from the four corners of the universe. There are times when I feel like I'm going round the world without checking in anywhere, but then the buildings and the streets bring me back to London.

London is a multicultural center, a mix of ethnicities, cultures and customs. It is a crisscross of people which stand out from their difference. Face physiognomies, skin color, hair, dress and language are the characteristics that define this diversity. The English spoken with different accents and tones that we hear in the street conversations can not hide the nationalities of those who speak it. The English capital is one of the most ethnically divers cities in the world. 44.9% of its inhabitants are British, 37% were born outside the United Kingdom and 24.5% were born outside Europe. This means that a little more than half of its population comes from exogenous cultures. More than 300 languages ​​are spoken. For some this represents a problem, for me it means enrichment. It should be possible to live in the same space and respect the characteristics and options of each individual. In addition to the diversity of its native and adoptive inhabitants, London is one of the most visited cities in the world, and receives a large amount of tourists daily.

London streets are full of people who do their daily routines. Others are trying to steer the city through maps or GPS, in an attempt to see what the city has to offer (monuments, museums, shops, restaurants ...). Many are the ones who stop to picture the moments they are living with their mobile phones or cameras. Others, like me, slow down to see the whole movement around them.

One of the pleasures I have travelling, is watching people and imagining their stories, trying to understand their surroundings.. In the midst of this swarm of people, I am just one more, among many others. An anonymous one, with my story characteristics, at what I think is the center of this world.